Foi através do caroço do açaí, um fruto tradicional da região amazônica, que um estudante do Instituto Federal de Rondônia (Ifro) rompeu as fronteiras geográficas e viajou pela primeira vez para o exterior. David Henrique, de 16 anos, ganhou um intercâmbio para o Egito, após criar um protótipo de filtro de água com carvão ativado de açaí.
Para participar do projeto, o aluno, do 2º ano do curso técnico em química, participou no começo deste ano de um programa para bolsas do AFS Global STEM Academies. O programa acontece com base nos objetivos do desenvolvimento sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU) e, em um workshop de 15 dias, David teve a ideia, desenvolveu o projeto e fez os primeiros testes no protótipo.
David só havia andado de avião quando saiu de Esperantinópolis (MA) e veio para Rondônia. Segundo o estudante, a escassez de água é muito grande na comunidade onde nasceu, o que acaba resultando no prejuízo na saúde da população, por isso planejou este projeto.
“Pensando nisso e tendo vivido isso, tendo sentido o gosto daquela água salobra, daquela água que não é 100% tratada, a gente pensa em entregar essa segunda opção”, disse ao ressaltar que o filtro é uma boa alternativa para comunidades com vulnerabilidade financeira devido ao custo-benefício e a eficiência.
Levando em consideração a importância da água potável, o filtro foi avaliado por uma banca do Centro de Estratégia de Impacto Social da Universidade da Pensilvânia (EUA) e recebeu certificado em cidadania e impacto social. Depois disso, teve a oportunidade de receber cartas de recomendação para o intercâmbio para o Egito com apoio de seus professores.
Os materiais para construir o filtro são acessíveis para a região. É necessário algodão, pedra, areia grossa e fina e, por fim, o carvão ativado a base do caroço do açaí.
Para o aluno, é importante ter produtos acessíveis justamente para que o preço final do filtro tenha um custo-benefício que se encaixe na realidade do público-alvo.
“O motivo do caroço de açaí é porque achamos em abundância aqui na região e é um recurso barato de se conseguir. A produção do carvão ativado em si não é algo tão complexo e a gente conseguiria produzir ele em grande quantidade”, disse empolgado com a possibilidade da concretização do projeto.
Fonte: G1
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