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Filantropia estratégica pode ser solução para enfrentamento da pobreza

Por Márcio Junio

publicado em 08/09/2022

“Nós nunca seremos um país desenvolvido se não acabarmos com as mazelas sociais. E esse é um problema nosso”, afirma Rubens Menin

A fala contundente do empresário Rubens Menin, cofundador do Movimento Bem Maior e Chairman de grandes instituições privadas, como a MRV Engenharia, Banco Inter e LOG, foi uma convocação à elite brasileira durante a Expert XP 2022: “O setor privado pode acabar com isso de forma mais fácil, mais rápida e mais eficiente. A obrigação social é nossa!”.

O empresário lançou luz a um dado que causa desconforto e ao mesmo tempo traz esperança sobre o potencial de combate à pobreza no país. “Hoje, no Brasil só 0,2% do PIB é destinado à filantropia e esse dinheiro está nas elites. Se nós não conscientizarmos as elites brasileiras sobre a importância disso, não vamos andar pra frente”, pontuou Menin, que ao lado de outros nove integrantes do Movimento Bem Maior tem utilizado seus privilégios, recursos e poder de articulação para impulsionar ações sociais pelo país.

Rubens Menin participa da Expert XP 2022 – Foto: Reprodução

 

O bate-papo intitulado “Projeto Legado” destacou a importância da mudança de mindset sobre a filantropia no Brasil, tanto do aspecto conceitual como do prático. “Essa maneira de pensar a filantropia, a partir do incentivo fiscal, precisa ser alterada. Não é o Tesouro que tem que dar esse dinheiro, somo nós que temos que nos envolver e dar de volta o que recebemos do país”, frisou José Berenguer, CEO do Banco XP.

À espera dessa revolução, não faltam projetos preparados para gerir e empregar esses recursos em prol da coletividade. É o caso da Gerando Falcões, comandada por Edu Lyra, um dos exponenciais no desenvolvimento de comunidades no Brasil.

“As grandes mudanças vem da sociedade civil organizada que tem a coragem de inovar e de investir em talentos, que estão fazendo o Brasil acontecer na ponta. A sociedade precisa se juntar, se inspirar nos grandes empresários e colocar uma meta para vencer a pobreza extrema. Esse é o legado que precisamos deixar para as próximas gerações”, enaltece Lyra.

“Quando começamos o índice de desemprego na favela Marte era de 70% e caiu, em seis meses, para 19%. Nosso objetivo é zerar, até dezembro, a fila de desemprego, a fila em creches e o analfabetismo, colocando esta comunidade em uma rota de prosperidade social e econômica. É possível se a sociedade se levantar e fazer a coisa certa!”, finalizou.

Fonte: Diário do Comércio

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